A ação, a intuição e a boa intenção

Sabe aqueles dias em que você só quer esquecer que existe um mundo lá fora? Dia em que uma xicará bem quente de café e um cobertor bastam. Pois é. Um dia chuvoso em Floripa (pela 13ª semana já). Chuva fraca, mas constante. Sol? Não me lembro mais... E olha que já estamos quase na metade de novembro! Chuva bem fria, com vento mais frio ainda. "Uma Londres" como diria meu amigo Césão...

Hoje eu queria falar sobre uma coisa. E vim pensando nessa coisa, e em "roubar 10 minutinhos do serviço" para acalmar as vozes na minha cabeça, expondo essas coisas em um novo post. E vim pensando pelo caminho... Ao descer do ônibus, tenho que andar cerca de 200m. Uma estreita calçada de cimento. Do lado esquerdo, uma movimentada avenida. Do lado direito, um enorme gramado. Um lugar agradável... mas não num dia úmido desses.

Acompanhado do meu guarda-chuva made in china, com o pensamento perdido, ao longe... e... Chuááááááááááá!!!!!! Que banho!!! Daqueles bem servidos!!! Maldito seja aquele carro e esta poça d'água!!! Na verdade, foram 2 banhos: pois, o primeiro carro ao passar na poça, que devia estar acumulando água de uns 3 dias (pois essa foi a sensação, tanta água me jogaram!), me deu o primeiro golpe, foi praticamente um gancho de direita (ou um shoryuken), banho inesperado... O segundo carro veio só pra me enxaguar mesmo. Fiquei estático sem reação. Eu não deveria ter levantado da cama... Bom, mas... Ferrado, ferrado e meio.

Isto tudo durou cerca de 1,5 segundos... O banho. Meu pensamento indo embora. Eu voltando a realidade. Úmida realidade. A raiva subindo. A vontade de xingar o cidadão... E nesse instante observei que o primeiro carro desacelerou, como se quisesse, tardiamente, evitar aquele banho. Mas já havia acontecido... Desacelerou com a frenagem de tal forma que, causou um efeito em cadeia. A ponto de quase causar um acidente! O carro de trás (o do 2º banho) por pouco não se enfiou na traseira dele. E um 3º desviou pra outra pista, evitando o engavetamento

Fiquei até sensibilizado, deve ser uma boa alma que dirigia. E se sentiu culpado. Por isso a frenagem. Bendito seja! Isso é bacana e demonstra bom caráter. Minha raiva passou na mesma hora! Don't worry. Be happy!

Isso me lembrou de certa vez, quando, eu dirigindo e me vem um esperto, que deu uma fechada no trânsito que quase fui parar no acostamento. Acelerei para emparelhar com ele, preparando um xingamento, já na ponta da língua. Quando fiquei janela com janela, dedo em riste, inflando o pulmão para xingar... o cidadão faz uma cara de mea culpa e efusivamente me pediu desculpas... Me desarmou na hora! Só fui capaz de dizer: "tá tudo bem, não foi nada". Por essas e outras que ainda acredito nas pessoas. Acho que esse é o caminho.

Portanto, se o cidadão do episodio de hoje um dia ler isso aqui: obrigado pela intenção. E está perdoado pelo banho. :D