1 - Ingles, e outros idiomas

Os games eram
sempre estrangeiros nos anos 80 e 90. Por ser assim, continham expressões em inglês e japonês (principalmente) além de outros idiomas! A lingua inglesa nos games aparecia como algo divertido de aprender, ao contrário da escola, naquele ensino enfadonho. "
Press start", "
insert coin", "
life", "
choose your destiny", "
fight"... e outros milhares de significados que nunca esquecemos, povoam nossa mente para sempre. Mais do que ninguem, quem era fã de RPG vai concordar: pra ter um mínimo de acessibilidade, era imprescindível um dicionário do lado! Isso me motivava demais, eu buscava aprender aquele idioma, pois era o passaporte para aquele mundo fantástico. Muito do
pouco inglês que sei hoje, se deve especialmente a isso! Conheço caras que se motivavam a aprender japonês pelo mesmo motivo: games! Além de animes, claro. Os RPGs de mesa antigamente também exigiam inglês, mas dava-se um jeito... A exceção nisso tudo era a Tec Toy, antiga empresa brasileira distribuidora da Sega que traduzia alguns jogos (raros). Perdiam parte do mistério e do encanto, na minha opinião.
2 - Geografia, conhecimentos gerais, bandeiras nacionais e hinos

Graças aos games de Fórmula 1, até hoje sei cantarolar os hinos da Espanha e da Hungria! Aprendemos a corresponder rapidamente as bandeiras e seus respectivos países também nos jogos de copa do mundo dos games de futebol, além dos games de Olimpíadas (quase sempre chatos). Entendíamos facilmente os limites de cada território e países nos jogos de guerra. Além de um pouco de sua história e tradição bélica. Até porque se não entendesse levava bala! Existe também os jogos de lutas e seus guerreiros. Cada um com sua nacionalidade e costumes. Personagens inesquecíveis como Zangief da ex-URSS, o espanhol Vega, e a chinesinha Chung-Li... (
*suspiro). E não podemos esquecer dela! Carmen Sandiego, linda e inteligente! Infelizmente, uma mulher que não existe... (a Carmem, não as "lindas e inteligentes")! Quem jogava decorava até a capital do Uzbequistão pra achar a bela. Isso que eu chamo de aula de geografia!
3 - Administrar pressão e situações-limite

Um corredor escuro num castelo assobrado. Iluminado apenas por tochas na parede. Fantasmas te perseguem... Música de suspense, lava vulcânica... Caminhando você encontra uma porta. Ao entrar, descobre um calabouço pequeno. A porta se fecha atrás de você e um grande lagarto-humanóide com carapaça aparece para te matar! Desarmado, você é um simples encanador. Seu nome? Mario! Corta... Final do campeonato. Seu time, com 10 jogadores em campo, tenta manter um empate heróico em 0 x 0, o que garante o título. Chove muito. Aos 43min do 2º tempo. Penalty! ...para o adversário! Corta... Desembarque em um planeta desconhecido. Só deserto e silêncio. De repente, um exército de quase 2.000 aliens fortemente armados aparece por trás das dunas, acompanhado de uma esquadrilha das mais potentes naves espaciais de guerra. Começa um bombardeio ao seu exército ...de apenas 460 homens! A verdade amigo, é que se você soube sair destas situações. Saberá sair de qualquer uma outra!
4 - Trabalho em equipe e 'network'

Jogo multiplayer era o que havia de mais divertido! Quem não passava tardes inteiras bolando estratégias mirabolantes com os amigos para, juntos, conseguirem vencer um desafio no jogo que não conseguiriam sozinhos? "
- Como sou o pole position, largo e disparo na frente. Você tenta segurar o 3º colocado, ou tira ele da corrida!". Unir forças em trabalhos conjuntos e delegar tarefas nunca mais seria um problema em sua vida! Para sua rede de amigos, os games também foram importante. O videogame aumentou ela em uns 10% em média, pode apostar. A começar pela molecada que se reunia em volta daquele Super Nintendo ou Mega Drive, e que que são seus amigos até hoje. Terminando com os marmanjos barbados que trocam DVD de jogo com você na facul. Games sempre eles! Lembra-se de quando haviam as turmas? Seus amiguinhos do futebol, os coleguinhas de classe, do clubinho, da bola de gude... e os
nerds introvertidos gamers! Portanto, Sua rede de amigos jamais seria a mesma, não fosse os jogos eletrônicos. Amigos em comunhao.
5 - Conhecimentos teóricos de dirigibilidade
Não preciso nem dizer que a maioria dos moleques teve, como primeira experiência (huu!) de direção, um joystick na mão e um carro na tela! As primeiras aulas de volante, aprendizado de dirigibilidade e controle foi ali, naqueles comandos. Passar marcha na hora certa, noções de frenagem, de distância, velocidade, inércia... Acrescentaram talvez a segurança que faltava para você pegar um carango de verdade. Até que ponto isso foi importante em sua vida eu não sei... Só sei que até hoje, assistindo Fórmula 1, sei avaliar um traçado bom ou um ruim de um piloto ao fazer uma curva, graças aos games. Lá fica clara essa noção, pois são milésimos preciosos!
6 - Decorar sequências de comandos

Muitos se embaralham quando alguém dita uma sequência qualquer, de uma coisa qualquer. Dificuldade todos temos, mas decorar aquela sequência toda pra executar golpes especiais exigia um bocado da memória! Combos entao, nem se fale. E a memoria passa a se acostumar com isso. Passamos a memorizar as coisas mais facilmente. Como se encontrassemos atalhos. Até minha tabuada melhorou! Decorei tudo com muito mais facilidade! Ok... é mentira. Minha tabuada nunca foi boa. Mas experimente ditar os comandos de um mísero "hadouken" para alguém que nunca jogou videogame... Vai ver que esse item tem razão sua razao de ser.
7 - Melhor raciocício lógico, coordenação motora e controlabilidade
Isso tem até comprovação científica: os moleques que jogavam videogame tem maior habilidade motora do que os que não jogaram. O mundo da informática, ou seja, tudo hoje em dia, utiliza daqueles conceitos que você praticava quando criança. Mover um ponteiro na tela. Apertar o botão. Apertar o outro. Apertar os dois juntos. Selecionar. Pressionar. Segurar o botão apertado. Controle do direcional... Quando alguém diz "
canto inferior direito da tela" quem jogava videogame olha direto para a direção indicada. Quem não jogava leva uns 2,0 seg... isso quando sabe onde é. Não é a toa que muitos pilotos da aviacao e astronautas treinam a precisão de controlabilidade dos seus veículos em simuladores, mesma plataformas de games. A mais fina precisão vem com a prática e exaustiva repetição. Sem contar que também é comprovada a ligeira vantagem que leva em raciocínio lógico dedutivo. Até mesmo o hand-eyes e a visão, que melhora em 20% com os games, segundo um estudo da Universidade de Rochester, nos EUA.
8 - Habilidade com menus
Parece bobo... "Quem é que não sabe mexer num menu, poxa vida?" Pare. Pense mais um pouco. Lembra da sua avó pedindo para colocar o DVD na dublagem em português, porque ela foi tentar e desligou a TV sem querer? E da sua mãe, que não aprende de jeito nenhum a programar o videocassete para gravar a novela? E do seu pai, que não sabe digitar e enviar um mísero SMS pelo celular? Pois é, isso é coordenação motora (item anterior) para dispositivos digitais e habilidade com seus menus! As regras destes menus são basicamente as mesmas desde o Atari. Seus comandos em inglês também (vide item 1
9 - Conhecimentos de regras dos esportes
Baseball, golf, tênis, hockey no gelo... Me diz o quanto das regras desses esportes você saberia hoje, sem a ajuda dos games? A não ser que você seja uma classe social muito elevada... ou seja fã incondicional e não perca um jogo na TV (?). Assistir, vá lá. Mas você só aprende realmente as regras se jogar. E nos games jogávamos realmente! Inclusive as regras dos esportes mais populares e conhecidos, como basquete, vôlei, futebol... Educação física era bola no campo. O dia que o professor tentava explicar em sala de aula as regras do esporte... era um desastre! Já as regras aprendidas nos games não eram esquecidas. Ou seguia, ou perdia. Ou você já viu o juiz do International Superstar Soccer marcar um penalty duvidoso? (Eu já!)
10 - Compreensão de táticas, técnicas e estratégias 
Jogos de guerras e "de tiro". Os maiores vilões para alguns. Os "demoníacos" que influenciam no psicológico das crianças, que por isso, saem matando. Há controvérsias... Eu aprendi muito com as táticas de guerra e seus treinamentos e combates (quase) reais, mesmo sem ter estado lá ou servido o exército! Técnicas de combate e estratégias também estavam presentes nos jogos em rede. Raciocínio rápido. Intuição. Preparação. Planejamento. Condução de ataques. Farejar o inimigo. Combinar um ataque pelos flancos. Movimento de tropas. Divisão de forças. Emboscadas. Eram parte do jogo. Sem mencionar que isso complementa o item 4, quando eram jogos multiplayer, e o item anterior quando do quesito esportes. Eu só passei a entender efetivamente a diferença entre um ala, um ponta e um lateral no Fifa Soccer. Além de aprender quando melhor utilizar o 3-6-1 do Muricy ou o 3-5-2 do Felipão.
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